CAOA não teve tempo de alcançar sonho de marca 100% nacional

A Chery é chinesa e, mesmo que tenha 51% de sua operação no Brasil, nas mãos da CAOA, isso não realiza um velho sonho de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador e presidente do grupo, que faleceu ontem aos 77 anos.
Desde 2009, pelo menos, Carlos Alberto tinha um sonho e o realizou parcialmente com o controle da Chery, mas não era isso o que almejava anteriormente.
Em várias entrevistas, o empresário paraibano revelou o sonho de ter sua própria marca de automóveis e, naturalmente, com capital 100% nacional. Asim como Gurgel um dia conseguiu, CAOA queria ter uma bandeira própria e brasileira.
Fábrica para fazer carros ele tinha e o projeto já existia internamente. Mesmo após a aquisição do controle da Chery no Brasil, em 2017, Carlos Alberto mantinha o projeto de uma marca puramente brasileira.
Ele revelou na ocasião que a marca já estava definida e que a montadora brasileira precisava apenas de uma fábrica própria. Nesse caso, CAOA se referia à planta da Ford em Taboão, no ABC paulista.
Com a compra da fábrica, ele só precisaria desenvolver o produto, a marca e a rede, sendo que esta última praticamente ele já tinha em mãos.
Bem diferente, por exemplo, dos anos 80, quando a CAOA surgiu, agora é mais fácil (tecnicamente) fazer um carro inteiramente novo e erguer marca própria, desde que, é claro, se tenha um bom capital.
Empresas que antes só atendiam as montadoras, estão disponíveis no mercado após o boom surgido na China. Motores de projeto austríaco, design italiano, plataforma inglesa e baterias coreanas são só algumas das origens onde se pode começar. A boa e velha parceria com outro fabricante ainda é um caminho mais viável também.
Com a Ford acabando com Taboão, CAOA ficou sem a oportunidade de ter uma grande planta em mãos, porém, em 11 de janeiro de 2021, a marca americana abriu mais uma possibilidade com o fechamento de Camaçari.
Maior que a planta do ABC, a unidade permanece com destino incerto, mas na ocasião do fechamento, a CAOA foi vista como uma potencial comprada da fábrica, onde poderia finalmente fabricar carros de sua própria marca.
Agora, com a morte de Carlos Alberto, não se sabe se o grupo continuará com o projeto da marca de automóveis de passeio, um sonho que não só ele, mas muitos brasileiros ainda desejam ver realizado.
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